Em 1986, surgiu o tão sonhado contrato com a I.R.S. Nesta época eles já estavam pensando em mudar o nome da banda. Procuravam algo mais forte e significativo, e escolheram o nome "Concrete Blonde".
A banda demorou um pouco até conseguir emplacar no cenário, afinal sua música não era nem um pouco convencional.
O feito só veio em 1990, com o lançamento do aclamado “Bloodletting” que trazia o primeiro hit do Concrete Blonde, a balada “Joey”... “Joey” era uma música simples mas com uma melodia muito bonita, e a letra também era bastante interessante. Neste álbum, Harry e Alan não estavam mais na formação, a banda havia voltado a ser um trio, pois Johnete e James haviam se juntado a Paul Thompson (Ex-Roxy Music).
A banda começava a ter problemas relacionados à vocalista que estava se excedendo nas drogas.
Em Março de 1992, entraram em estúdio novamente com o baterista Harry Hushakoff e gravaram “Walking in London” que além da excelente faixa título trazia um cover de Jame´s Brown chamado "It's A Man's Man's Man's World". O disco teve boa repercussão, mas notava-se que a banda havia caído em relação ao disco anterior.
Já em 93 a banda daria um passo ousado com o disco “Mexican Moon”, que continha muitas influências hispânicas. O disco emplacou o hit “Heal it up” que agradou em cheio aos fãs que esperavam por um disco ruim, já que a imprensa divulgava que a banda estava em crise e Johnete tinha constantes crises de overdose.
Já prevendo o pior, a gravadora soltou no mercado “Still in Hollywood”, que era uma compilação de seus sucessos junto de canções que foram lado B de seus singles.
Em 95, o pior aconteceu, a banda anunciou o seu fim. James e Harry se afastaram do cenário musical, enquanto Johnete passou por diversas parcerias, a primeira com a guitarrista Holy Vincent. A união rendeu boatos na imprensa de que elas eram mais do que amigas e parceiras de trabalho. O projeto batizado de Vowel Movement foi totalmente desprezado pelos fãs e pela crítica.
Logo depois viria outra parceria com Marc Moreland do Wall Of Voodoo (uma das mais fortes influências de Johnette) mas a dupla também não rendeu muito.
Enquanto Johnette dava cabeçadas, a gravadora jogava uma coletânea que continha canções como “Caroline”, “Heal it up”, além de um cover de “Mercedez Bens” de Janis Joplin.
Em 1997, Johnette, que estava precisando de dinheiro, procurou James Mankey para participar de seu projeto com uma banda mexicana. Para conseguir um impacto, ela queria usar o nome Concrete Blonde. James aceitou a proposta e eles gravaram “Concrete Blonde Y Los Illegals”. O disco não passou de uma mancha na bela carreira que a banda havia construído.
Em 2000, retomou a carreira tendo como ápice uma consagradora primeira turnê pelo país, que rendeu shows com lotação esgotada e ainda um álbum duplo ao vivo, gravado no Rio de Janeiro e com encarte cheio de referências e declarações amorosas ao povo e idioma brasileiros.
O retorno oficial veio em 2002, com o disco “Group Therapy”. O resultado foi apenas razoável, já que na época as tendências eram outras. Neste disco podemos reparar que a banda já não exibe a energia e o vigor de outrora, e Johnete limita-se a fazer o básico. O disco está mais próximo do som psicodélico que a banda fazia no início da carreira do que do rock melodioso que lhes deu notoriedade.
Já no Brasil em 2003 o álbum duplo gravado no Rio de Janeiro marca a consagração definitiva de uma formação que deu certo para um público “errado”. Aos 22 anos de carreira (contando as oito temporadas de completa inatividade), o Concrete Blonde lançou seu primeiro disco ao vivo, Live In Brazil. Só há um detalhe: os fãs brasileiros não têm ligação com a origem punk da banda de Los Angeles, mas formam os binômios praia-e-surfe
Para celebrar o lançamento, o grupo californiano passou novamente pelo país, sempre carregando um extenso público. Até aí não haveria nada demais se não fosse um detalhe. Moicanos coloridos, roupas rasgadas e pensamento contestador são itens que passam longe dos olhos de quem passeia por entre a platéia. Quem paga ingresso para ver o Concrete Blonde – e cantar de cor quase todo o repertório de uma hora e meia de show – é gente bem tratada, maurícios e patrícias com queda acentuada pelo universo que conjuga as palavras praia e surfe, paixões declaradas por roupas de grifes, abuso de cosméticos pelo corpo inteiro e desconhecimento integral do que se passa pelos subterrâneos da vida.
Atualmente Johnette
Napolitano vive em Los Angeles cercada por dezenas de gatos e lançou
alguns álbuns solos no decorrer dos anos. Já James Mankey gravou
com a banda Sparks e também colocou no mercado um disco instrumental
em 2003.
A
força do Concrete Blonde está nas composições de sua líder,
vocalista e baixista. Extremamente talentosa e com um talento nato
para a melodia, Johnette Napolitano, apesar de pouco reconhecida, é
uma das maiores compositoras do rock norte-americano da década de
noventa. Seu trabalho é profundo, extremamente pessoal e tocante,
causando identificação com pessoas das mais variadas classes e
países. No Brasil, a banda é associada ao surf devido à grande
popularidade que possui junto aos adeptos do esporte, mas a sua
música vai muito além disso. Complexa, densa e dona de uma beleza
arrebatadora, a obra do Concrete Blonde está entre os pontos mais
altos do rock produzido nos Estados Unidos nas últimas décadas.
Site Oficial: www.concreteblondeofficialwebsite.com
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