Poucas bandas marcaram tanto os anos 90 quanto o Primal Scream.
O grupo já participou das mais diversas cenas musicais da década e fez
sucesso em grande parte delas, ajudando a construir boa parte do que
hoje recordamos da sonoridade época e, se fizessem um livro sobre a
história musical do período, certamente os caras ganhariam um capitulo
inteiro ou apareceriam em vários deles.
Criada em meados dos anos 80, o grupo inicialmente era formado por
Bobby Gillespie, ex-baterista de do Jesus and The Mary Chain (banda
importantíssima para a o Noise Pop e para cena alternativa dos anos 80),
e por Jim Beattie. Com a necessidade de mais músicos, conforme sua
sonoridade ia se expandindo, a banda também foi aumentando.
O Primal
Scream é um daqueles grupos de formação inconstante, cheio de partidas e
chegadas - inclusive, um dos membros fundadores, Beattie, já não faz
mais parte do grupo.
Quando eles surgiram, o que rolava nas rádios e nas casas de muita
gente era um reflexo do que dominará todo os anos 80: o Synthpop e o fim
da onda New Wave. Já no meio alternativo, além do Noise e Shoegaze, que
começava a ganhar força (uma boa representante deste movimento foi
ex-banda de Gillespie), surgia um fenômeno cultural que foi
revolucionário nos anos 90 do qual a banda fez parte: a cultura Rave.
E que tal se reinventar de novo? Entrando na nova década, o grupo descobriu sua vertente politizada com XTRMNTR (2000) e abandonou o hedonismo que dominava até agora e passou a fazer ácidas criticas políticas em Evil Heat
(2002). Essa mudança veio acompanhada de uma instrumentação raivosa e
barulhenta, com feed-backs, distorção ao máximo e muita raiva.
Passados quatro anos da fúria e rebeldia contra o sistema, Riot City Blues
(2006) parte para algo mais tradicional, coisa que nunca tínhamos visto
na carreira da banda até então. O disco é um apanhadão de referências
do Rock sessentista e é o primeiro sem nenhum elemento eletrônico - esta
foi a forma de “inovação” da banda nesse lançamento.
Em 2013 saiu "More Light" se revela como um dos trabalhos mais complexos e, ainda assim,
acessíveis de toda a discografia do Primal Scream. Trata-se de uma clara
colisão de ideias e fórmulas instrumentais
O Primal Scream teve para a música contemporânea e, acima disso, a
relevância que mantiveram durante quase duas décadas. Hoje em dia, a
banda vive do seu passado.
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