22 de ago. de 2018

Primal Scream

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  Poucas bandas marcaram tanto os anos 90 quanto o Primal Scream. O grupo já participou das mais diversas cenas musicais da década e fez sucesso em grande parte delas, ajudando a construir boa parte do que hoje recordamos da sonoridade época e, se fizessem um livro sobre a história musical do período, certamente os caras ganhariam um capitulo inteiro ou apareceriam em vários deles.


  Criada em meados dos anos 80, o grupo inicialmente era formado por Bobby Gillespie, ex-baterista de do Jesus and The Mary Chain (banda importantíssima para a o Noise Pop e para cena alternativa dos anos 80), e por Jim Beattie. Com a necessidade de mais músicos, conforme sua sonoridade ia se expandindo, a banda também foi aumentando. 

  O Primal Scream é um daqueles grupos de formação inconstante, cheio de partidas e chegadas - inclusive, um dos membros fundadores, Beattie, já não faz mais parte do grupo. 



  Quando eles surgiram, o que rolava nas rádios e nas casas de muita gente era um reflexo do que dominará todo os anos 80: o Synthpop e o fim da onda New Wave. Já no meio alternativo, além do Noise e Shoegaze, que começava a ganhar força (uma boa representante deste movimento foi ex-banda de Gillespie), surgia um fenômeno cultural que foi revolucionário nos anos 90 do qual a banda fez parte: a cultura Rave.


  Os primeiros discos Sonic Flower Groove (1987) e Primal Scream (1989) entrariam em um pequeno rodapé na história da banda primeiramente por não conterem nada dos elementos que os consagraram e porque não acrescentarem nada à música da época, sendo somente mais uma em meio a um monte de bandas com um som pretensiosamente Pop que se escondiam no meio alternativo. 










 

  Em 1991 a banda achou seu rumo e o sucesso comercial e de crítica com o disco Screamadelica, a grande obra prima da banda. Foi um álbum absurdo para a época (e pros dias atuais também) misturando Acid House com o Rock Alternativo, coros Gospel e muito da Psicodelia Pop e da música Rave, fazendo um tremendo estouro e tornando-se um disco chave na sonoridade da década.
  
  Em 94 lança "Give Out But Don't Give Up", nasce como uma obra marcada pela coletividade dos arranjos e versos, conceito reforçado no imenso time de instrumentistas, vozes femininas.

  Turnê badalada e casas lotadas, a vida do grupo depois daquele disco nunca mais foi a mesma. Porém, nem tudo ia tão bem assim. Grande parte da banda estava enfrentando um problema com drogas pesadas e, por conta disso, seu próximo álbum foi um recorte das sobras do anterior, sendo recebido de forma mista pelo público e bem mal pela imprensa. Nessa época, a banda entrou num hiato de quase três anos e quase se desintegrou, mas voltou triunfante com Vanishing Point (1997), que, mais uma vez inovando, deixou o maior sucesso do grupo de lado e fez um disco inspirado na Psicodelia Pop dos anos 60 e no Dub - isso mesmo, aquele ritmo misto do Reggae jamaicano com as batidas eletrônicas do Reino Unido. Mais uma vez, sucesso. Como podemos ver na faixa Kowalski, a banda se reinventou novamente e esse exótico disco trouxe os caras de volta às paradas e às graças dos críticos.
   E que tal se reinventar de novo? Entrando na nova década, o grupo descobriu sua vertente politizada com XTRMNTR (2000) e abandonou o hedonismo que dominava até agora e passou a fazer ácidas criticas políticas em Evil Heat (2002). Essa mudança veio acompanhada de uma instrumentação raivosa e barulhenta, com feed-backs, distorção ao máximo e muita raiva.
 

  Passados quatro anos da fúria e rebeldia contra o sistema, Riot City Blues (2006) parte para algo mais tradicional, coisa que nunca tínhamos visto na carreira da banda até então. O disco é um apanhadão de referências do Rock sessentista e é o primeiro sem nenhum elemento eletrônico - esta foi a forma de “inovação” da banda nesse lançamento. 




   Em sua  obra, Beautiful Future (2008), a banda comete seu segundo maior deslize: a tentativa de fazer um álbum de Britpop 10 anos depois de Damon Albarn ter declarado o óbito do estilo. É claro que não deu certo e a tentativa de trazer diversos produtores badalados (Paul Epworth e Björn Yttling) acabou por se tornar uma espécie de "Frankenstein Pop". 






  Em 2013 saiu "More Light" se revela como um dos trabalhos mais complexos e, ainda assim, acessíveis de toda a discografia do Primal Scream. Trata-se de uma clara colisão de ideias e fórmulas instrumentais






 


  Chaosmosis de 2016, está longe de ser encarado como um peça significativa na discografia do Primal Scream. Versão simplificada do som explorado três anos antes durante a produção de More Light (2013), o trabalho de dez faixas soa como um mero replicar de ideias e conceitos há muito explorados pela banda,






  O Primal Scream teve para a música contemporânea e, acima disso, a relevância que mantiveram durante quase duas décadas. Hoje em dia, a banda vive do seu passado.



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