A criatividade para fugir dos meios convencionais de transporte não
para! A nova onda é o dirtsurf, criado em 1998 na Austrália, um dos
paraísos dos surfistas, a modalidade mistura características do skate e
do ciclismo e vem caindo no gosto dos brasileiros. A base lembra um
skate tradicional, mas as rodas são de bike, assim os praticantes têm a
liberdade do surfe em qualquer terreno, seja asfalto, grama ou terra – é
o “surfe sujo”.
O Dirtsurfer foi inventado por Graeme Attey, morador de Perth na Austrália Ocidental, uma das cidades mais remotas do mundo. Se bem que ao morar ali pode ter-se uma série de vantagens, uma delas não é o fato de ter boas ondas pois elas não existem. Poderia então falar-se de neve mas a estância mais próxima fica a uma distância de 5000 km! Ao ser um surfista inveterado e também viciado em neve, Graeme pensou que teria de inventar algo que solucionasse o seu problema satisfatóriamente.
Porque o Surf e o Snowboard possuem a mesma característica de poderem realizar voltas e manobras bastante fluidas do lado até ao outro, Graeme determinou que para recriar essas sensações em terra, teria de ser num veículo de duas rodas, pois com três ou mesmo quatro rodas nunca se conseguiria o pretendido.
As
primeiras tentativas não foram positivas, mas com grande persistência
conseguiu-se uma espetacular geometria de direção, o que deu garantias
de se poder levar a cabo um mais sério desenvolvimento do projeto.
Durante 1998 o desenvolvimento do Dirtsurfer foi um processo bastante lento. Foram-se
fazendo vários acertos e alterações durante todo o ano, até maio de
1999, data em que a Design Science Pty Ltd finalizou os protótipos
feitos até então decidiu começar a produção.
Em Novembro de 1999 começaram a ser vendidos os produtos Dirtsurfer em lojas de toda a Austrália.
Além de ser bastante resistente, a prancha adaptada é feita de
material leve e permite atingir até 115 km/h nas descidas mais íngremes e
radicais. O controle da velocidade fica por conta de um freio
diferente, localizado na parte detrás da prancha, acionado com a
panturrilha.
E quem pensa que o dirtsurf é só um hobby para se divertir nos finais
de semana se enganou. Ery Barbosa, instrutor e praticante da modalidade
há 10 anos, utiliza a prancha adaptada também para se deslocar pela
cidade, no dia-a-dia. “Como o esporte é muito bom, eu também o divulgo
como meio de transporte. Não só na velocidade, nas ladeiras, mas pode
ser usado nas pistas do Rio de Janeiro também”, explica em entrevista ao
Esporte Espetacular, da Rede Globo.
Mais um meio de transporte sem motor, sem emissões. O meio ambiente agradece! Será que a moda pega?
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