Som da Onda: Spy vs Spy

Spy Vs Spy

Nos anos 90 comecei a trabalhar, daí veio o salarinho e só queria aumentar a coleção de discos de vinil. Então fui para Porto Alegre fazer um serviço na Embratel local, no horário de almoço após ter rangado minha comida dei um role nas ruas do comércio, já tinha visto um cd mais ainda era meio coisa da Nasa, entrei numa loja especializada em CDs, comecei a garimpar e logo fui abordado pelo vendedor, falei mais ou menos o que procurava, ele me mostrou um cd importado alegando que acabara de chegar "The Best of Spy vs Spy" , foi o primeiro cd que comprei e era prometido uma qualidade sonora muito superior aos discos de vinil.
Depois tive que trabalhar mais um mês, comprar um aparelho para tocar o cd pois o meu 3em1 Gradiente não suportava tal tecnologia.

O Spy vs Spy é uma banda de rock da Austrália dos anos 80, composta com vocal e baixo Craig Bloxom, Cliff Grigg batera e na guitarra-vocal Michael Weiley, junto com Midnight oil, Hoodoo Gurus, Australian Craw e outros, dominaram o PROGRAMA BODY CLUB da Rádio Fluminense e ganharam a galera do surf.

Além de uma das suas faixas "A O MOD TV" que fez parte da abertura do PROGRAMA REALCE, com som um pouco mais agressivo que as demais, não ficou só em temas fúteis, entrou em questões sociais, políticas e ecológicas. Dos seus principais hits, destacam-se: All over the world, Test of Time, Clarity of Mind e Don't tear it down.

A história do Spy não é muito diferente do início de outras bandas Craig Bloxom conheceu Mike Weiley na High School Nelson Bay em 1976, depois de termir o colegial, Bloxom e Weiley sairam tocando em várias bandas de Sydney. Aí começaram a procurar um cara para as baquetas, um amigo apresentou Cliff Grigg. Eles foram chamados para uma história em quadrinhos, Spy vs spy da revista americana MAD.

O Spy vs Spy fez sua primeira apresentação no Sydney Sussex Hotel a partir daí, a banda se apresentou em pubs. Tocaram no Sydney Trade Union Club, muitas vezes junto com INXS, também abriram para o The Clash no Teatro Capitólio e U2 no Sydney Entertainment Centre.

Em fevereiro de 1982 a banda gravou "Do What You Say" no TRM, aí foi seguido pelo seu primeiro Ep Four Fresh lemons em agosto de 1982, as 1.000 prensagens foram vendidas em apenas 5 dias.

A banda foi forçada a mudar seu nome para v Spy v Spy para evitar a ação legal dos editores da revista Mad. As canções politicamente carregadas que falam de questões como racismo, drogas e moradores de rua, foram conquistando o público australiano.
A banda melhorou quando Gary Morris, gerente do Midnight Oil, também se tornou seu empresário. Em novembro de 1984 lançaram o single "One of a Kind" mas o primeiro álbum full da banda, Harry's Reasons, foi lançado em março de 1986, incluído "Injustice", que fala sobre a situação das comunidades aborígenes da Austrália.

Eles assinaram com a WEA e lançaram o álbum AO Mod. TV. Vers, em novembro de 1986, o nome é uma notação censura muito comum que aparece na parte inferior das telas de televisão australianas na época. As faixas de destaque são "Don't Tear It Down" foi inspirado no Departamento de Estradas, "Sallie-Anne" sobre prostituta assassinada e "Credit Card" que fala sobre a dívida e consumismo.

A WEA exigiu outro álbum, Xenophobia (Why?) foi lançado em março de 1988 e 3 faixas sse destacam, "Forget about the Working Week", "Clarity of Mind" e "Waiting", o álbum foi escrito e gravado em apenas seis semanas, o título inspirado por questões raciais e políticas

Em 1989, a banda viajou para a Inglaterra para gravar o álbum Trash the Planet, que foi lançado em novembro de 1989, 4 músicas emplacaram "Hardtimes", "Clear Skies", "Our House" e "Oceania" em 1990.
Em 1991 o baterista Grigg que estava meio infeliz dexou a banda, no ano seguinte a banda sai em turnê com novo baterista Mark Cuffe.
Spy File foi lançado em junho de 1992. A banda assinou um novo contrato com a Sony Music.

Maio 1993 eles lançaram seu quarto álbum, Fossil, "Comes a Time" e "One Way Street" se destacam neste álbum. No entanto, devido à influência de surfistas australianos no BRASIL, a banda passou a fazer várias turnês brasileiras.

Em 1993, a banda foi destaque em dois episódios de The Big Backyard, um programa semanal de rádio promoção da música australiana, patrocinado pelo Departamento de Relações Exteriores e Comércio para a transmissão em emissoras de rádio da faculdade nos EUA e Canadá.

No de 1994 v Spy v Spy separaram novamente com os membros buscando projetos diferentes. Em 1994, Bloxom e Cuffe formaram os Shock Poets, entretanto Weiley trabalhou em seu projeto paralelo Honey Island Project, com o produtor Danny Bryan.

Já em novembro de 1999, lançaram Mugshot: The Best of ..., que incluiu várias músicas clássicas e mais 5 inéditas na Austrália e no Brasil, Bloxom tocou no seu último show em Sydney 2003, ele deixou a Austrália para os EUA.

Por aqui eles lançaram o Feito na Praia (2003), Meet Us Alive na Austrália gravado em 2000 com nove músicas. Além do Demolition 2004 aqui no Brasil.

O legal da banda que eles vieram várias vezes ao Brasil, fechando ainda mais o relacionamento com o público nacional.

Aqui no Rio o primeiro show rolou no Imperator no Meier com Off the Wall abrindo, lembro bem deste pois um grande amigo foi sorteado( no verdadeiro esquema de jogar a cartinha pro alto) numa promoção de um programa de TV para almoçar com a banda e ter acesso ao palco, depois teve no antigo Metropolitan e se não falhar a memória foi o Mr Sombra fazendo a abertura, rolou show até na extinta Playhouse no Campinho.

Realmente os caras mandavam muito, fizeram show na Praia da Barra (0800) e o último acho que foi no Sambodrómo.

O Spy com certeza marcou boa parte de uma geração que aproveitou um bom momento das bandas australianas aqui no Brasil, suas músicas tocavam facilmente nas rádios ou programas de tv, boa parte do seu público são de surfistas.

O Spy até hoje faz parte da trilha sonora das viagens com a família, churrasco com os amigos, tinha até uma fita K7 que levava para tocar no meu walkman, talvez os mais novos não saibam do que se trata.