16 de out. de 2017

Sonic Youth


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Sonic Youth surgiu no começo da década de 1980 como parte de todas as transformações que ocupavam a música naquele momento. Herdeira do The Velvet Underground e inicialmente inclinada aos mesmos inventos do Pós-Punk britânico, o grupo encabeçado por Thurston Moore, Kim Gordon e Lee Ranaldo trouxe nos ruídos um princípio de novidade para a música da época.

 O grupo possui um estilo musical que mistura rock alternativo, elementos de noise, post-punk e composições avant garde. Ícone da música e da cultura alternativa norte-americana, seu estilo é considerado bastante peculiar e criativo, fundamentado em experimentações melódicas, com influências do punk rock e do hardcore.
Resultado de imagem para sonic youth bandNo inicio de sua carreira, o Sonic Youth foi associado com a cena No Wave de Nova Iorque. Sendo integrada à primeira onda de bandas norte-americanas de noise rock, o Sonic teve sua própria interpretação da filosofia punk, mais focada no estilo "faça você mesmo" e inclusive no som em si. Eles conquistaram um sucesso moderado no mainstream, e são considerados um dos grupos pioneiros do rock alternativo.
O Sonic Youth foi inspirado nas sinfonias de guitarra de Glenn Branca (com o qual boa parte da banda já tocou), no proto-punk de The Stooges, The Velvet Underground e MC5, na poesia punk de Patti Smith, o Krautrock de Can, o psicodélico garage rock do 13th Floor Elevators, assim como compositores avant-garde, como John Cage.1 Muitas vezes a banda é aclamada por redefinir o que uma guitarra pode fazer2 , ao utilizar uma variedade de afinações alternativas e modificar o instrumento, com objetos inusitados, como baquetas e chaves de fenda como forma de alterar seu timbre.A história do Sonic Youth começa quando o guitarrista Thurston Moore se muda para Nova Iorque em 1977. Interessado pelo punk, Thursron entrou no Coachmen, um quarteto guitarrístico, assim que chegou à cidade. Lee Ranaldo, um estudante de arte na Binghamton University, se tornou fã do Coachmen, e logo se tornaram amigos. Lee foi um membro do Glenn Branca's Electric Guitar Ensemble, que fizeram um tour pelos Estados Unidos e a Europa. Depois de sair do Coachmen, Thurston começou a tocar com Stanton Miranda, cuja banda, CKM, tinha em sua composição uma artista local chamada Kim Gordon.




Thurston e Kim formaram uma banda, que apareceu sob os nomes de "Male Bonding" e "Red Milk" antes de se tornar "Arcadians" em 1980. A banda fez seu primeiro show no Noise Festival em Junho de 1981 no New York's White Columns Gallery. O grupo de Branca que tocou no mesmo festival impressionou Thurston, que os descreveu como: "A mais feroz banda de guitarras que eu já vi". Depois disso Thurston perguntou se Ranaldo gostaria de se juntar aos "Arcadians". Lee aceitou; a banda tocou três músicas em outro festival na semana seguinte, mas sem um baterista. Cada membro então se revezou antes deles encontrarem o primeiro baterista: Richard Edson.

Thurston então renomeou a banda para "Sonic Youth". Ele veio da combinação do nome do meio de Fred "Sonic" Smith do MC5 com um grupo de reggae, que possuiam "Youth" em seus nomes. Kim depois falou que "Assim que Thurston chegou com o nome Sonic Youth, um certo clima de que era mais do que nós esperávamos fazer veio a tona.


Confusion Is Sex

(1983, Neurtal)
Assim como o autointitulado EP que apresentou a banda em 1982, Confusion Is Sex, estreia definitiva do Sonic Youth é uma tentativa do grupo nova-iorquino em assumir identidade a todo o custo. Fortemente influenciado pelo pós-punk inglês – principalmente o trabalho de bandas como Wire e Joy Division -, o álbum assume no desconforto entre as guitarras e bateria o eixo que orienta o registro em totalidade. Enquanto Lee Ranaldo e Thurston Moore se divertem em meio a experimentos tortos de distorção, a bateria dividida entre Jim Sclavunos e Bob Bert contribui para o fomento de um ambiente obscuro e tortuoso, amenizado vez ou outra de pela presença atmosférica de Kim Gordon. Embora instável, o álbum revela uma série de elementos característicos das futuras obras do grupo, como as letras tomadas por referências literárias, passeios voluntários pela Avant-Garde e uma forte relação com os inventos mais raivosos das décadas de 1960/70 – como a estranha inclusão de I Wanna Be Your Dog do The Stooges.


Bad Moon Rising(1985, Homestead)
Por mais que a crueza exposta em Confusion Is Sex (1983) apresentasse uma banda em pleno estágio de descoberta e busca por identidade, havia no esforço do grupo nova-iorquino um entendimento pleno sobre a própria obra. Curioso observar como o mesmo desempenho não se repete durante a construção de Bad Moon Rising. Segundo álbum de estúdio do Sonic Youth e tentativa forçada de maturidade, o registro cresce em uma medida lento e redundante, ocultando a raiva imposta pelo grupo desde o começo de carreira. Ainda que distante da relação com o Pós-Punk e antecipando conceitos que seriam melhor explorados em EVOL (1986) e Sister (1987), o álbum se perde em uma tentativa da dupla Moore e Ranaldo em costurar experimentos imensos com versos aleatórios. São temas como satanismo, loucura e uma forte relação com as trevas que simplesmente se desfazem em meio ao catálogo de sons que buscam repetir a mesma atuação do The Velvet Underground pós-White Light/White Heat. Felizmente a banda ainda teria tempo para se recuperar.

EVOL
(1986, SST)
A herança do The Velvet Underground, Wire, The Stooges e outras bandas veteranas serviram como base para a construção dos dois primeiros discos do Sonic Youth. Entretanto, faltava ao grupo real identidade e um sentido de transformação oculto nas primeiras músicas, esforço que a banda revela com experimento na composição obscura que alimenta EVOL. Gravado em poucos dias, o terceiro álbum de estúdio da banda nova-iorquina aponta para um maior interesse pela música de vanguarda e um distanciamento da essência impulsionada pelo pós-punk. Surgem assim composições cada vez mais extensas, como Star Power e Expressway to Yr. Skull, que fragmentam a sonoridade da banda em pequenos atos, além de posicionar com maior esforço a atuação individual de cada integrante. Mezzo cantado, mezzo declamado, o álbum assume parte da interpretação que viria a guiar o grupo pelos próximos discos, sustentando na estranheza dos sons uma obra de essência amarga e versos adornados pelo caráter urbano.

Sister
(1987, SST)
Temáticas orientadas pela literatura de ficção científica, um regresso aos sons dos anos 1970 e doses consideráveis de ruídos impulsionam a construção de Sister, quarto registro em estúdio do Sonic Youth e um ponto de divisão na carreira da banda nova-iorquina. Dando sequência aos elementos acumulados meses antes com o lançamento de EVOL (1986), o trabalho assume em contornos temáticos uma completa reformulação no uso das guitarras, instrumentos que tingem o álbum com uma exposição ora ambiental, ora consumida pelas inquietação. Tendo como base os livros de Philip K. Dick, o álbum embarca voluntariamente em um cenário hermético na carreira do grupo, antecipando conceitos que guiariam Daydream Nation no ano seguinte e abrindo espaço para que Thurston Moore e Lee Ranaldo desenvolvam um plano de fundo instrumental totalmente caótico. Bem representado pela capa repleta de colagens e imagens desconcertantes, Sister reforça a maturidade que o grupo viria a assumir, entregando pelos próximos anos uma das sequências mais bem resolvidas de lançamentos do rock alternativo.

Daydream Nation
(1988, Enigma)
Mesmo a maturidade exposta em EVOL e Sister seriam incapazes de prever o salto criativo assumido pelo Sonic Youth em Daydream Nation. Obra mais complexa e hermética dentro da discografia da banda, o álbum resgata elementos específicos da década de 1970 – principalmente da obra do The Velvet Underground -, como um princípio de novidade para o grupo parecia inclinado a desenvolver naquele momento. Musicalmente raivoso, o disco se distancia da porção climática que havia guiado a banda em boa parte dos trabalhos que o antecedem, revelando na presença de Nick Sansano – escolhido justamente pelo trabalho com o Public Enemy e outros registros com o foco no Hip-Hop – a produção de uma obra de arquitetura intensa. Centrado em uma interpretação esquizofrênica de Thurston Moore sobre o universo de William Gibson e Philip K. Dick, o disco apresenta um cenário metaforicamente relacionado com a cidade de Nova York no mesmo período, trazendo letras obscuras e sempre atentas à raiva conceitual dos instrumentos. Com mais de 70 minutos de duração, o álbum antecipou o uso de ingredientes musicais que viriam a guiar o rock alternativo poucos anos mais tarde, abrindo caminho para uma série de lançamentos que transformariam o Sonic Youth em um dos artistas mais queridos da década de 1990.

Goo
(1990, DGC)
Passado o lançamento da obra-prima Daydream Nation(1988), Thurston Moore, Kim Gordon e os demais parceiros do Sonic Youth bem poderiam descansar. Felizmente eles resolveram ir além, pervertendo a própria essência. Ao transformar Goo em um ponto de ruptura em relação ao que fora conquistado dois anos antes, o grupo abriria de forma criativa as portas para o que seria testado na década de 1990, substituindo os imensos experimentos sonoros de Moore e Lee Ranaldo por uma ambientação quase confortável. Ainda que os ruídos que definiram a carreira da banda estejam por todas as partes da obra, há no esforço do grupo um desejo de novidade, exercício que constrói o álbum em uma medida agridoce de vocais (metade de Moore, metade de Gordon), bem como o uso de versos quase descritivos em torno do próprio universo do grupo. Comercialmente bem recebido, Goo levaria o grupo e “novatos” como Nirvana e Dinosaur Jr a excursionar pela Europa no ano seguinte, turnê que alimenta o documentário 1991: The Year Punk Broke, de Dave Markey.

Dirty
(1992, DGC)
.Se Goo era uma formatação mais organizada dos ruídos do Sonic Youth, Dirty é o que menos se esperava para o trabalho seguinte. Respondendo a alta expectativa do anterior, porém lançando mão de um trabalho ainda mais barulhento, surge aqui um álbum que mergulha de cabeça no noise rock de certeiro flerte com o progressivo e o grunge, o último assegurado pela a cuidadosa produção de Butch Vig (mesmo de Nevermind do Nirvana). Ranaldo, Moore e Gordon criam canções mais rápidas e pesadas, um dos efeitos da gradual troca de Kim do baixo pela terceira guitarra. Além de melodias mais claras (Vig obrigou o Sonic Youth a ensaiar as músicas antes que fossem gravadas), o álbum marca uma pausa no distanciamento lírico e uso de metáforas na crítica social das letras. Em músicas como Swinsuit Issue e Shoot, Kim Gordon é mais aberta em sua defesa ao feminismo que em Kool Thing, por exemplo. Moore também se arma de novos argumentos em seu posicionamento ao caso de assédio sexual à Anita Hill (mencionado em You Against Fascism), que conta ainda com participação de Ian Mackaye do Fugazi. Um álbum sujo, barulhento e direto, logo, um típico disco do Sonic Youth.

Experimental Jet Set, Trash and No Star
(1994, DGC)
A raiva e o descontrole que escorrem musicalmente em Dirty (1992) são entendidos de forma oposta dentro de Experimental Jet Set, Trash and No Star. Oitavo registro em estúdio da banda, o álbum parece aprimorar a “calmaria ruidosa” que a banda havia dado início em Goo, transformando as 14 faixas do disco em uma interpretação curiosa do universo proposto inicialmente pelos nova-iorquinos. Enquanto músicas como Screaming Skull incorporam a distorção em uma medida abafada, faixas como Skink e demais composições assumidas pelos vocais de Kim Gordon acertam pela quase delicadeza dos sons. Fortemente relacionado com toda a exposição dada ao rock alternativo no mesmo período, o trabalho se constrói inteiramente no uso de composições mais curtas, quase radiofônicas ou possivelmente comerciais para a época. Com produção também assumida por Butch Vig, o disco parece limitar o ambiente experimental do grupo, o que de forma alguma prejudica o rendimento do álbum, um dos mais curiosos em toda a discografia da banda.

Washing Machine
(1995, DGC)
Depois da fase mais criativa do grupo – entre o fim da década de 1980 e o começo dos anos 1990 -, era esperado que o Sonic Youth mergulhasse em comodidade, resgatando parte da sonoridade previamente adquirida como base para a própria obra. Todavia, contrariando qualquer sentido de calmaria ou possível redundância, a banda fez de Washing Machine, nono registro em estúdio, uma visível transformação da própria essência. Os ruídos, as líricas urbanas e a experimentação característica estão presentes em todo o álbum, a diferença está na forma como a banda parece alinhar todos os elementos em um bloco de vozes e distorções quase intransponíveis. Visivelmente cercado por elementos do grunge, o disco intensifica a presença da banda na produção e mixagem das canções, deixando para o produtor convidado, John Siket, apenas a tarefa de finalização do disco. Ainda que caótico, o álbum não esconde a presença de faixas mais “comerciais”, como Little Trouble Girl (parecia com Kim Deal) e The Diamond Sea, que mesmo com 19 minutos prende pelo manuseio inventivos das guitarras e versos de Moore. Com boas vendas e uma turnê de divulgação bastante concorrida, a banda parecia viver sua melhor fase, longe, muito longe, de qualquer comodidade.

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A Thousand Leaves
(1998, DGC)

Uma pós-produção cuidadosa marcou boa parte dos discos assinados pelo Sonic Youth, principalmente no começo da década de 1990, quando produtores como Butch Vig passaram a administrar os ruídos que levaram o grupo a ser comercialmente conhecido. Com A Thousand Leaves a banda parece atuar de forma diferente. Retorno criativo ao início de carreira menos comercial, o álbum segue impulsionado pela instabilidade dos sons, uma quebra naquilo que a banda havia exposto três anos antes em Washing Machine (1995). Trabalhado em cima de Ideias incompletas e sugestividade, – que em momentos como Hit’s of Sunshine (For Allen Girsberg) e Female Mechanic Now on Duty incorporam uma roupagem ainda menos solta -, o disco autoriza a banda a lidar com o improviso de forma constante, abastecendo jams que não facilitam para a voz de Kim Gordon. Trabalho recomendado para ouvidos já habituados ao som dos nova-iorquinos, Thousand Leaves antecipa exageros que viriam a ocupar o trabalho do grupo nos lançamentos seguintes.

NYC Ghosts & Flowers
(2000, DGC)
O Sonic Youth vinha de uma sequência de bons lançamentos e repercussão positiva por parte do público/crítica desde o fim da década de 1980. Dessa forma, ao alcançar os anos 2000 o grupo parecia mais uma vez em busca de novidade, esforço que tenta se sustentar nas guitarras climáticas e nos rumos assumidos no interior de NYC Ghosts & Flowers. Possivelmente influenciada pela relação com o guitarrista e produtor Jim O’Rourke, com a chegada do novo disco a banda regressava aos mesmos elementos tramados anos antes em Bad Moon Rising (1985), ocultando a presença de possíveis Hits – bem distribuídos no começo dos anos 1990 –  para lidar com um ambiente de esforço musical hermético. Apostando no uso de bases densas e vocais posicionados em segundo plano, o disco custa a se desenvolver, assumindo no esforço sufocante dos sons uma sequência de músicas que não parecem agradar ninguém – nem a própria banda. Era apenas um ensaio para aquilo que o grupo viria a desenvolver com real acerto em Murray Street.

Murray Street
(2002, DGC)
O revival Pós-Punk, as novas experimentações que ocupavam a cena alternativa e todo um jogo de transformações na música dos anos 2000 davam a entender que o Sonic Youth precisava se renovar. Depois de enfrentar a recusa do público e de boa parte da crítica com NYC Ghosts & Flowers (2000), o grupo trouxe na construção de Murray Street a entrada definitiva para o novo século. Outrora colaborador, Jim O’Rourke assume a posição de quinto membro definitivo da banda, utilizando das sete faixas que caracterizam a obra como um espaço de plena invenção. Extensas, músicas como Rain On Tin, Karen Revisited e Sympathy for the Strawberryultrapassam os sete minutos de duração, possibilitando ao grupo a formação de imensas tapeçarias sonoras, solos límpidos alternados por momentos de puro ruído e letras atentas que vinham assinadas pelo coletivo. Delineado por construções sonoras marcadas pela psicodelia e referências diretas ao trabalho exposto em Daydream Nation (1988), Murray Street (o nome veio da rua onde ficava o estúdio da banda) era a prova de que o Sonic Youth estava de volta, tão inventivo quanto em começo de carreira.

Sonic Nurse
(2004, Geffen)
Se Murray Street serviu para apresentar o trabalho do Sonic Youth a toda uma nova geração de ouvintes, então Sonic Nurse veio para mostrar o quanto o grupo poderia se transformar em pouquíssimo tempo. Segundo registro com Jim O’Rourke como membro definitivo da banda, o 13º álbum do grupo nova-iorquino mostra a forma como a banda dança pelo experimento em um completo estágio de criatividade, anarquia e certa dose de autocontrole. Do momento em que Kim Gordon inaugura o disco com Pattern Recognition, passando pelo solo rápido de Stones e as métricas distorcidas de Paper Cup Exit, tudo reforça a presença inventiva da banda, que sabe como alternar momentos de calmaria experimental com instantes de puro caos e ruptura. Dividido entre referências próprias do universo da banda e encaixes literários que acompanham o grupo desde o começo dos anos 1980, Sonic Nurse apura a versatilidade nos versos de Moore, que transforma a obra em um catálogo imenso de histórias, desilusões e sentimentos. Seria o último grande disco do Sonic Youth.


Rather Ripped

(2006, Geffen)
Um rompimento natural com a experimentação e uma passível relação de aprimoramento com o Noise Pop conduzem a experiência da banda (e do ouvinte) em Rather Ripped. Já sem a presença de Jim O’Rourke (que acompanhou o grupo até 2005) e com Gordon à frente do baixo novamente, as guitarras passam a exercer diferentes funções dentro do grupo, resultando em um registro emocionalmente frágil – tanto nas letras como na sonoridade. Diminuem os ganchos tortuosos, a instrumentação ruidosa deixa de assustar pela imprevisibilidade de suas aparições e com isso os solos se transformam em elemento de alavanca para as músicas. Conciso e caminhando para um amadurecimento geral de seus integrantes, o disco vale por faixas como a simples e bela Do you Believe in Rapture? e a quase abandonada Turquoise Boy, com Kim Gordon se redimindo nos vocais.

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.The Eternal

(2009, Matador)
Desde o reforço musical imposto com a chegada de Murray Street (2002), o Sonic Youth parecia ter encontrado um espaço próprio no rock alternativo dos anos 2000. De forte aproximação com a essência construída na década de 1980 e cada vez mais inclinada ao experimento, a banda fez de obras como Sonic Nurse (2004) e Rather Ripped (2006) trabalhos de puro aproveitamento, mas que lentamente ofegavam cansaço acumulado, algo The Eternal trouxe em excesso. Sustentado em cima de uma fórmula pronta, o álbum nada mais é do que uma versão do Sonic Youth sobre a própria banda, marca que a banda reforça em canções que ecoam como sobras de estúdio dos trabalhos anteriores. Ainda que demonstre uma maior unidade e cooperação entre a tríade Moore-Gordon-Ranaldo, o disco custa a engrenar, resultado de faixas que substituem os ruídos tradicionais por uma interpretação límpida da obra prévia da banda. Mesmo fraco o trabalho alimenta boas canções, caso de Anti-Orgasm e Antenna, faixas cercadas em um ambiente individual dentro do disco. Barrando qualquer tentativa do grupo em se reinventar, The Eternal finaliza a carreira do Sonic Youth, que encerrou as atividades dois anos após o lançamento do disco.

Site Oficial:http://www.sonicyouth.com/
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